Leilão de imóveis promete aliar compra da casa própria a preços baixos

A cena de um leiloeiro com um martelo vendendo algo em uma disputa acirrada entre os participantes, no Brasil, não se restringe ao mercado de obras de arte. De tempos em tempo, os bancos realizam leilões de imóveis – casas, apartamentos, terrenos e até prédios inteiros que por algum motivo, como uma dívida, foram tomados pela instituição.

Neste sábado, 14, é a vez do Bradesco realizar a venda de 97 imóveis, em um leilão em São Paulo (SP). Os interessados podem participar tanto de maneira presencial como enviando lances pela internet. O atrativo, dizem especialistas, é o preço, que costuma sair mais barato do que em uma venda comum. Se o pagamento for feito à vista ainda há um desconto de 10% sobre o valor total, no caso deste leilão do Bradesco, que será organizado pelo Zukerman Leilões.

Os imóveis comprados via leilão podem também ser financiados. Para isto, quando for dar o lance é preciso já ter a carta de crédito do banco informando o valor que você está autorizado a financiar.

Na hora da compra, além da recomendação básica de estabelecer um teto para o lance que irá dar, é importante já deixar reservado o dinheiro referente à comissão do leiloeiro, de 5% sobre o valor do negócio.

Se o imóvel for parcelado, as condições de compra (exceto para os lotes 12, 19, 63, 69, 70 e 90) são um sinal mínimo de 25%, comissão de 5% ao leiloeiro e o saldo restante em até 12 parcelas mensais, iguais, consecutivas e sem acréscimos.

No parcelamento, se o imóvel tiver até R$ 100 mil, o saldo mínimo também é de 25%, mais 5% do comissão, e o saldo restante parcelado em 24 vezes, , acrescido de taxa de juros efetiva de 12% ao ano, calculada pelo Sistema de Amortização Tabela Price e correção anual pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M).

Se o valor superar R$ 100 mil, o sinal sobe para 30% mais 5% de comissão e o saldo dividido em 36 ou 48 vezes, com juro pela Tabela Price de 12% ao ano e correção do IGP-M. Em nenhum dos parcelamentos é possível usar o dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). As demais condições de financiamento são descritas

aqui.

Leilão de imóveis

O outro lado da moeda. Se ao invés de comprar você está na ponta daqueles que estão perdendo o imóvel para o banco, o Ibedec orienta como os mutuários podem evitar a tomada de bens por inadimplência:

1) Queda da renda. Se o mutuário perder ou trocar o emprego e com isso sua renda cair deve buscar em juízo a revisão da prestação. No SFH a prestação é limitada ao máximo de 30% da renda familiar e o mutuário tem que comprovar sua nova renda com a cópia do contra-cheques ou holerite.

2) Atraso. O mutuário que tem parcelas em atraso pode sacar o FGTS para quitar a dívida. Os requisitos são: estar contribuindo há mais de 3 anos; não ter feito saque nos últimos 2 anos; e ser este o único imóvel.

3) Cobrança ilegal. Os financiamentos do SFH mais antigos, onde o mutuário paga a parcela todo mês e o saldo devedor continua aumentando, estão tendo a incorporação de juros sobre juros ao saldo devedor (anatocismo), o que é ilegal. O caminho é a revisão judicial do débito para expurgar este abuso e permitir a redução da dívida.

4) Justiça. Quando o mutuário tem o imóvel levado à leilão pode recorrer ao Judiciário demonstrando que o financiamento contém capitalização de juros e pedindo a revisão do débito. Deve oferecer a depósito as prestações em atraso ou montante equivalente à 30% de sua renda, para evitar a perda do imóvel.

Para saber mais. Para quem se interessou pelo assunto,  há um livro sobre riscos e vantagens dos leilões de imóveis: “Como ficar rico comprando imóveis em leilão” (Matrix Editora), do leiloeiro Leonardo Schulmann.

O livro aborda, entre outros assuntos, as principais modalidades de leilão, onde encontrar editais, recompensas e os direitos e deveres do arrematante.

Agenda do leilão Bradesco

Horário: 10h

Local: Hotel Maksoud Plaza – Alameda Campinas, 150

Leiloeiro: Mauro Zukerman

Telefone: (11) 2184-0900

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 Fonte: Estado de São Paulo (11/12/2013).

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