Os telhados claros são uma eficiente estratégia contra o aquecimento global

Não estranhe se, em um futuro bem próximo, a maior parte dos telhados das residências situadas nas metrópoles tiver a cor branca. Não que essa seja uma tendência de design das construções modernas. Trate-se, na verdade, de uma estratégia contra o aquecimento global. À primeira vista, pode parecer conversa fiada, mas, de acordo com pesquisa do Lawrence Berkeley National Laboratory, laboratório ligado à Secretaria de Energia dos Estados Unidos, as coberturas brancas refletem até 90% dos raios solares. Com isso, reduzem em até seis graus centígrados a temperatura no ambiente interior. Um ganho que  se traduz não apenas em bem-estar, mas também no bolso, já que o gasto de energia elétrica reduz-se em até 70%.
casa classica

Os estudos conduzidos nessa área vêm influenciando políticas públicas, no Brasil e nos Estados Unidos,  e mexendo com a linha de produtos das empresas. Uma das que saíram na frente e viram nesse filão uma oportunidade de ganhos foi a americana Dow Chemical, que fatura US$ 53,7 bilhões globalmente e conta com 50 mil funcionários. A companhia química desenvolveu um revestimento branco específico para telhados. Trata-se de uma camada elástica cinco vezes mais grossa que a tinta branca convencional. Além de cumprir o papel de manter a superfície mais fria, a substância protege e faz o telhado durar mais tempo. Produtos com esse perfil deverão ganhar cada vez mais as gôndolas de lojas de materiais de construção do País, impulsionados, principalmente, por eventos como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada  de 2016, que têm como uma de suas diretrizes a sustentabilidade.

Para conquistar seu espaço no mercado, os dirigentes da subsidiária brasileira da Dow negociam com fabricantes locais de tintas para que  adotem o insumo na sua linha de produção. “Esperamos que esse revestimento represente 20% do faturamento da nossa divisão de construção nos próximos cinco anos”, disse à DINHEIRO Christianne Canavero, diretora de sustentabilidade da Dow Brasil. Nos EUA, onde o produto está disponível  desde 2009, o preço do litro varia de US$ 5 a US$ 15, dependendo da fabricante. No Brasil, o sucesso do insumo, para variar, dependerá da aceitação do consumidor final.
casa telhado branco com carro na garagem
    
Um empurrãozinho nesse sentido poderá ser dado pela Prefeitura de São Paulo. Já foi aprovado, em primeira votação,  um projeto de lei que torna obrigatória a pintura de todos os telhados da cidade. A  medida ainda passará por mais uma votação na Câmara Municipal. Se novamente for aprovada, caberá ao prefeito Gilberto Kassab sancioná-la. Nos Estados Unidos, onde a chamada construção sustentável cresce de importância a cada ano, não existe nenhuma legislação com igual teor, mas há incentivos fiscais, oferecidos pelo programa Energy Star, da Agência de Proteção Ambiental.
A popularização de produtos sustentáveis, no entanto, ainda esbarra em questões práticas, como a redução do preço. Afinal, a tinta branca chega a ser 70% mais cara do que a convencional,  nos Estados Unidos. “Isso acaba sendo uma barreira para o consumidor brasileiro”, diz Otávio Carvalho, diretor da consultoria MaxiQuim. “O mais viável é se concentrar no mercado corporativo, focando em empresas que têm uma política ativa de sustentabilidade.” É exatamente isso que a Dow pretende fazer. A principal vitrine será a edição 2011 do Greenbuilding Brasil Conferência Internacional & Expo, que acontece em agosto, em São Paulo.
De acordo com Maria Clara Coracini, diretora executiva da Green Building Council Brasil (GBCB), o País é a quinta nação com maior quantidade de empreendimentos certificados. Serão 335 edificações até o fim do ano. “Ter instalações sustentáveis virou mais um diferencial nos portfólios das empresas”, afirma Maria Clara. “No fim das contas, o custo/benefício compensa.” Para se ter uma ideia, o setor de produtos sustentáveis de material de construção movimentou R$ 120 milhões em 2010. Segundo dados da GBCB, uma construção totalmente sustentável custa, em média,  7% a mais do que uma convencional. Em contrapartida, a economia de água e energia desses prédios atinge 30%.
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Fonte : Istoédinheiro

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