Uma modalidade de financiamento que vem ganhando muita força nos últimos anos é o consórcio. Com taxas por vezes bem mais atraentes do que um financiamento tradicional, muitas pessoas vêm recorrendo ao consórcio para comprar seus imóveis. Porém, muita gente ainda tem dúvida sobre como funciona essa modalidade de financiamento e se pergunta se vale a pena comprar um imóvel por consórcio. Já adiantamos a resposta: depende.
Primeiro cabe uma breve explicação sobre o que é um consórcio:
A instituição financeira não empresta o dinheiro nessa modalidade, ela apenas reúne interessados em comprar uma cota mensal e o dinheiro dos próprios participantes é que financia a compra. A cada mês, um ou mais participantes são sorteados e, quando isso acontece, são contemplados com uma carta de crédito, que é usada para comprar – inteira ou parcialmente – o imóvel. Também é possível dar um lance para ser contemplado (o mais alto ganha).
Lembre-se que como a instituição não emprestará dinheiro, não incidirá juros. No entanto, para comparar essa modalidade com um financiamento, por exemplo, deve-se comparar as taxas de administração e outros custos do consórcio com as taxas de juros do financiamento.
A primeira pergunta pra quem pensa em fazer um consórcio para adquirir um imóvel é “você precisa do imóvel no curto prazo?”. Se a resposta for positiva, é melhor você buscar outra forma de financiamento, porque no consórcio você pode demorar anos para ser contemplado.
Um casal de noivos que pretende se mudar daqui a um ano para o apartamento próprio, por exemplo, não deve buscar um consórcio. Por outro lado, se você já é dono de um apartamento e pretende investir em outro para ganhar com os aluguéis, as taxas mais baixas do consórcio podem ser uma boa pedida.
Caso você já possua um valor razoável disponível e pode dar um lance alto logo nos primeiros meses, o consórcio também pode ser uma boa. Obviamente que isso varia de grupo para grupo, mas, em geral, nos primeiros meses é preciso ter cerca de 50% do valor do imóvel pra dar o lance mais alto. Desde 2010 é possível também usar o FGTS na quitação, mas existem algumas limitações de valores do imóvel.
Dessa forma, perde-se a desvantagem de ter que contar com a sorte
Um argumento muito usado pelos defensores do consórcio é o de que ele seria uma “poupança forçada”. Isso quer dizer que, para aqueles que não têm disciplina, essa seria uma modalidade mais interessante do que a poupança tradicional, já que a pessoa é “obrigada” a pagar as parcelas. Essa afirmação tem seus méritos, mas é preciso cuidado.
Em primeiro lugar, disciplina – principalmente a financeira – pode ser conquistada com o tempo e esforço. Em segundo lugar, se uma pessoa já é indisciplinada financeiramente, existe uma grande chance dela não conseguir pagar as parcelas do consórcio. Fazendo isso, pode-se até recuperar parte do investimento, mais não todo; o padrão no mercado é 60% do que já foi pago. Numa poupança ou fundo de renda fixa, todo o dinheiro que você investir estará lá quando você não puder mais fazer o depósito mensal.
Por fim, vale lembrar que uma pesquisa sobre a instituição financeira que você vai realizar o seu consórcio é obrigatória. Pergunte não só sobre as taxas mensais, mas principalmente o histórico da empresa. Com a internet é fácil buscar em sites de reclamações se existe alguma história de fraude, má gestão ou má fé na instituição financeira que você escolher. Não dê bobeira e boa sorte!
Fonte: BLOG Guia Bolso em 10/10/13.